No dia 11 de outubro celebrámos, no Lobito, o Dia Internacional da Rapariga.
Depois de uma oração que nos congregou, fizémos uma dinâmica que nos permitiu descobrir e compreender em conjunto que não precisamos de atropelar as regras ou passar por cima das pessoas para conseguir alcançar um objectivo. Consistiu num concurso de rebentar balões: quem conseguisse rebentar o balão das outras, mantendo o seu cheio era a vencedora, mostrando que conseguiu se proteger prejudicando as outras. Depois desta dinâmica, conversámos sobre o facto de, nesta fase da crise, haver muita gente com este comportamento. O nosso apelo foi o de as raparigas procurarem sempre alcançar os objectivos sem prejudicar as outras e de, quando algo é escasso, se procurar a união de todas e a partilha desse bem, não lutando cada uma para se apoderar sozinha de tudo.
De seguida, fizemos um levantamento dos problemas que as raparigas têm enfrentado na família, na escola, nos bairros e na igreja.
Identificámos como problemas na família a pouca convivência com os pais; o facto de haver mães que têm filhos de pais diferentes e que, por isso, protegem mais os filhos dos pais com mais dinheiro; o facto de haver muita gente a viver na mesma casa; a discriminação por parte da madastra ou do padastro; o excesso de tarefas caseiras antes de ir para a escola
Na escola, os problemas são os professores mal preparados profissionalmente; professores que discriminam os alunos em função da cor da pele; os professores que pedem namoro às alunas.
No bairro foram identificados como problemas as ameaças de violação por parte de adolescentes quando as raparigas não correspondem aos assobios; a discriminação económica e financeira.
Foram estes os principais problemas apontados. Depois, as raparigas presentes partilharam umas com as outras possíveis maneiras de se ultrapassar cada um dos problemas referidos.
Faltou-nos tempo para continuar com a partilha de soluções, por isso, encerrámos com um lanche de confraternização e com a promessa de voltarmos a nos encontrar assim que pudermos. Em suma, o nosso encontro foi de partilha de problemas e de confraternização.
Texto enviado por um grupo de formandas do Projeto MAP em Angola (Formação para a Capacitação de Agentes de Desenvolvimento Comunitário)
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