15 anos de Banco de Tempo comemorados em Coimbra

O Encontro do Banco de Tempo na Primavera realizou-se em Coimbra nos dias 9 e 10 de Junho. Foi um Encontro especial, até porque se realizou no ano em que comemoramos – com o apoio da Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade – os 15 anos do Banco de Tempo em Portugal.

Participaram neste Encontro quase uma centena de pessoas: parte de Coimbra, outras provenientes de diferentes zonas do País, como Abrantes, Aveiro, Benavente, Braga, Canelas, Cascais, Évora, Fernão Ferro, Gulpilhares, Lisboa, Lousã, Portela, Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira e São João da Madeira.

No primeiro dia, o grupo foi recebido na Casa da Sagrada Família.

 A manhã foi dedicada a uma reflexão enriquecedora sobre os valores que nos movem no Banco de Tempo. O aprofundamento do tema foi feito em grupos, cujas conclusões se partilharam em plenário.

A tarde iniciou-se com uma performance muito bem conseguida, mesmo comovente, de um grupo de alunos e alunas da turma de teatro do Colégio de São Teotónio que leram, vez a vez, trechos de entrevistas a membros do Banco de Tempo, que nos falam sobre o significado e o impacto deste projeto nas suas vidas.

Seguiu-se uma mesa redonda, intitulada “O Banco de Tempo faz bem à economia, à cidadania e à igualdade” e tivemos a oportunidade de ouvir as intervenções desafiantes de Lina Coelho e Pedro Hespanha, que falaram das potencialidades do Banco de Tempo, sublinhando que se trata de uma proposta “subversiva” e “contracorrente”. Seguiu-se um vivo debate, que se teria prolongado se não o tivéssemos interrompido para dar lugar à inauguração da Exposição “Banco de Tempo: 15 anos, 15 histórias” por Inês D´Orey.

A sessão inaugural foi coordenada por Ana Oom (coordenadora do Graal), que deu a palavra à Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Teresa Fragoso, em representação da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, que sublinhou a incontornável necessidade de investimento na promoção da igualdade entre mulheres e homens, partilhou números que expressam as desigualdades que persistem e apresentou algumas medidas de políticas que tentam reduzi-las. Sublinhou a importância que o Banco de Tempo poderá jogar na promoção da conciliação trabalho-família e na promoção da participação das mulheres na esfera pública.

Teve também a palavra Margarida Santos que, representando a equipa do Graal que lançou o Banco de Tempo em Portugal, falou sobre os primeiros passos dados E sobre as expetativas iniciais, que confrontou com o momento atual da vida do Banco de Tempo.

Ouvimos ainda falar a fotógrafa Inês D’Orey sobre o contacto gratificante que teve com o Banco de Tempo e sobre o acolhimento que recebeu por parte de todas as pessoas ligadas ao Banco de Tempo.

Atravessámos a estrada e, na Casa da Esquina, pudemos ver a exposição de fotografia de Inês D´Orey, que reúne 15 retratos de membros do Banco de Tempo, de diferentes localidades, que foram também entrevistados e partilharam um pouco das suas vidas e da sua experiência de participação nesta iniciativa solidária.

A exposição foi muito apreciada e é reveladora do grande talento e sensibilidade da fotógrafa. Houve festa: cantaram-se os parabéns e não faltou nem o bolo, nem o espumante!

O dia terminou com um jantar convívio, seguido por um passeio pela cidade de Coimbra, naquela noite morna e iluminada.

No dia seguinte, tivemos o privilégio de visitar o jardim botânico e a Universidade de Coimbra. A visita foi guiada pelo Pierre, historiador e membro do Banco de Tempo, sempre muito delicado e atento.

Seguiu-se um piquenique-convívio, no Parque Verde da cidade, oferecido pelos membros do Banco de Tempo de Coimbra e com iguarias de diferentes partes do país.

A alegria do encontro e do conhecimento mútuo, das conquistas que em conjunto vamos fazendo, os contributos vários trazidos para a reflexão e a grande participação marcaram este encontro organizado em estreita colaboração pelo Graal e pela Agência do Banco de Tempo de Coimbra, contando com a dedicação e empenho da equipa do Graal em Coimbra, da Casa da Esquina e do CASPAE.