Proposta por Rita Constantino e Rosária Campos

Maria conservava todas estas palavras, ponderando-as no seu coração.

Assim o evangelista Lucas retrata a Mãe do Senhor no Evangelho da infância. Tudo o que acontece ao seu redor acaba por ter um reflexo no fundo do seu coração: tanto os dias cheios de alegria, como os momentos mais sombrios, quando até Ela tem dificuldade em compreender por que caminhos deve passar a Redenção. Tudo acaba no seu coração, para poder ser joeirado mediante a oração e por ela transfigurado. Quer sejam as dádivas dos Magos, quer seja a fuga para o Egito, até à tremenda sexta-feira da paixão: a Mãe conserva tudo, apresentando-o a Deus no seu diálogo com Ele. Alguém comparou o coração de Maria com uma pérola de esplendor inigualável, formada e limada pela aceitação paciente da vontade de Deus, através dos mistérios de Jesus meditados na oração. Que bom se também nós pudéssemos assemelhar-nos um pouco à nossa Mãe!

Papa Francisco

O Advento é um convite à reflexão e uma oportunidade de renovação. Neste dezembro invernoso, o frio compele à quietude de momentos aconchegantes em casa, à lareira ou envoltos/as numa manta e uma bebida quente. Em sincronia com este movimento de recolha sazonal, centra-se o olhar no mais profundo de nós mesmos, no mundo espiritual de cada um/uma.

Maria é a figura central neste tempo em que revivemos a gestação de Jesus. Todas as gestações são períodos de mudança, após os quais nada volta a ser como foi. O que é uma gestação se não o esperar algo que não vemos, uma incógnita de infinitas possibilidades de mudança, mas que nos enche de uma esperança “redentora”? Poderemos, então, encarar o Advento como uma gestação em cada um/uma de nós e, tal como Maria, aceitar o desafio de, em nossas vidas, dar vida a Jesus.

Quais seriam os desejos, preocupações e expectativas de Maria nos dias de hoje como jovem, como mulher, como mãe, neste mundo que parece não ter sentido? E que gestos ou acontecimentos lhe fariam arder o coração e a deixariam a sonhar?

A ativista iraniana Narges Mohammadi, prémio Nobel da Paz 2023, é para nós e seria (com certeza) para Maria um símbolo de perseverança e sinal de Esperança. É alguém que, face à crueldade, estranheza, adversidade e exigência de vida das mulheres e povo do seu país, luta, dando a própria vida. A sua tenacidade é inspiradora, alenta-nos na transformação de nossas vidas e da humanidade, crendo desta forma contribuir para o advir de um mundo justo, fraterno e de equidade.

@Isaura Feiteira

 

 

Propomos, após este momento de meditação/reflexão, a partilha de palavras ou pequenas expressões sobre “Maria nos dias de hoje” no link abaixo. 

Cada linha corresponde a uma resposta e cada um/uma pode submeter várias respostas, escrevendo nas 3 linhas ou mesmo acedendo várias vezes.

https://www.menti.com/alctkhbvhdyy

 

Nota: Posteriormente, o resultado final será partilhado com todos/as.

Terminamos, dedicando uma oração a todas as mães:

aquelas que perderam os seus filhos;

às que não vão ter os seus filhos junto a si no Natal;

aquelas a quem os filhos nunca nasceram;

às mães abandonadas pelos seus filhos;

às que fazem tudo para dar aos seus filhos uma vida melhor;

às que são mães de filhos que não são delas;

a todas as que estão grávidas;

às nossas mães;

e às nossas avós.