A vida de uma Portuguesa na Palestina: Factos e mitos

No dia 2 de agosto de 2015, Micaela Miranda dinamizou, no Espaço Graal-Porto, uma palestra subordinada ao tema A Vida de uma portuguesa na Palestina: factos e mitos. O encontro, o primeiro de um projeto sobre jovens portuguesas no mundo, contou com a presença de cerca de 20 participantes.

Micaela Miranda é diretora pedagógica do Freedom Theatre, escola profissional de teatro em Jenin, Palestina, onde vive desde 2008. Neste encontro, partilhou o trabalho artístico, cultural e social que desenvolve com pessoas de todas as idades, no campo de refugiados de Jenin, numa intervenção cívica através da Arte. “A política e a vida não se podem separar no dia-a-dia de cada um”, afirmou referindo-se ao sentido mais alargado de política, como o poder de transformação que cada indivíduo possui na sociedade. Partiu do conhecimento que cada participante possuía acerca da questão israelo-palestiniana, construído maioritariamente com base em informações disseminadas pelos órgãos de comunicação social. Distinguiu o que constituía facto e mito, com base no julgamento de quem conhece os dois lados da história, de quem conhece as pessoas e as vidas nos dois lados, de quem estuda aprofundadamente a História dos povos. Contou histórias, porque acredita que “as histórias de vida de cada um estão mais próximas da verdade do que as narrativas governamentais, divulgadas pelos media.”. Criou diálogo, debate e reflexão. Deixou a sua marca pela força das suas palavras e das suas ações diárias, partilhadas com uma serenidade que suscita a admiração de todos/todas.

O encontro permitiu o diálogo em torno de questões relacionadas com a vida e o trabalho no Freedom Theatre, a sua história, as suas atividades, os seus objetivos. Favoreceu uma compreensão mais pormenorizada da situação que se vive em Jenin. Deixou claro que o teatro ou a arte tem um poder real de transformação individual e coletiva; é através da arte que cada indivíduo é resgatado à violência, que as emoções mais negativas podem ser trabalhadas e transformadas em poder criativo, numa resistência serena e firme através do poder e força das palavras, dos discursos, do pensamento crítico.

Grupo de Pertença do Graal no Porto