O Terraço do Graal acolheu, no dia 23 de janeiro, mais um Encontro Nacional do Banco de Tempo.
Participaram 38 pessoas vindas de diferentes partes do país: Abrantes, Albufeira, Câmara de Lobos, Canelas, Évora, Lumiar, Portela, Quarteira e Santa Maria da Feira. Recebemos contributos das agências do Banco de Tempo de Coimbra, Funchal Jaime-Moniz e da agência, também Madeirense, “Urdir Encontros, Repensar Vontades”.
Tivemos a participação especial de Lisilene Mello Silveira, doutoranda da Universidade de Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul, que partilhou a experiência do Banco de Tempo de Garopaba, que nasceu a partir de uma reportagem da Rede Globo sobre a agência do Banco de Tempo de Santa Maria da Feira (disponível aqui).
Depois das apresentações de todas as pessoas presentes, houve espaço para se revisitar a atividade da coordenação da Rede Nacional do Banco de Tempo em 2018 e de se recolherem contributos para a perspetivação de 2019.
Representantes das agências partilharam histórias inspiradoras vividas no Banco de Tempo, a partir de objetos que nos falam dessas histórias: fotografias, ampulheta, saquinho de ervas aromáticas, bolas de natal feitas à mão, tela feita por crianças, sapatinhos de lã, rolinhos de papel e quadrados de croché… São histórias de solidariedade, de amizades significativas, de descoberta de talentos, de novos sentidos para a vida, de participação cidadã que espelham o sentido e as potencialidades deste projeto transformador na vida dos seus membros e comunidades.
Seguiu-se um tempo para trabalho em pequenos grupos, dedicado à reflexão crítica, diálogo e partilha de experiências sobre o que significa o princípio da reciprocidade no Banco de Tempo. Como vemos práticas de voluntariado que se desenvolvem a partir do Banco de Tempo: são positivas ou negativas? Que consequências trazem para o Banco de Tempo?
Partilhadas as conclusões dos grupos, abriu-se uma vez mais a reflexão a todas as pessoas, em torno de práticas, previamente identificadas pelas agências, que possam ter lugar no Banco de Tempo e o desvirtuam e/ou põem em causa a sua identidade ou credibilidade. Em grupos, analisaram-se estes problemas e recolheram-se recomendações. Em foco estiveram: as questões da violação da privacidade dos membros e o combate à “maledicência” cultural; o fechamento do banco de tempo sobre si mesmo, a condescendência com a circulação de dinheiro e o insuficiente esclarecimento de alguns membros sobre o que deles é esperado, não resultando a inscrição de uma escolha consciente e informada.
Foi um encontro propício à interação e à reflexão, tendo sido muito valorizada nas avaliações dos e das participantes a oportunidade de trocar experiências e pontos de vista sobre questões relevantes que emergem das realidades tão diversas que vivemos no Banco de Tempo. foi também reconhecida o valor da convivialidade e o (re)encontro com “companheiros/as” do Banco de Tempo.
E, assim, em momentos como vamos traçando o nosso percurso coletivo!
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