No dia 21 de junho, realizou-se, na Universidade de Aveiro, um debate sobre o Direito ao Lugar. Participaram cerca de 30 pessoas: estudantes de diferentes áreas e níveis de estudo e docentes daquela Universidade. Marcou também presença a presidente da Junta de Freguesia de Esgueira.

A sessão foi aberta pelo Professor José Carlos Mota e pela Professora Rosa Madeira, seguindo-se uma apresentação da Carta Aberta pelo Direito ao Lugar e do processo subjacente à elaboração da mesma. Houve espaço para intervenções de participantes que partilharam as suas perspetivas e experiências. Pudemos ouvir testemunhos de estudantes relativamente às dificuldades de encontrar um alojamento condigno no centro de Aveiro, devido aos preços atualmente praticados. Pudemos também escutar testemunhos sobre as dificuldades de deslocação por parte de quem vive longe do centro, devido à insuficiência dos transportes públicos, e sobre como estas dificuldades limitam as oportunidades de convívio e de participação em eventos culturais e cívicos.

Referindo-se aos seus lugares de origem, problematizou-se o fechamento de escolas e de serviços relevantes para as comunidades. Foram também identificadas barreiras encontradas por profissionais da cultura quando querem habitar fora dos grandes centros urbanos. Outras intervenções ainda sublinharam a importância de reconhecimento de que a questão do direito ao lugar se coloca de forma diferenciada segundo a posição social de género e de geração. Foi também valorizada, neste debate, a participação cidadã na construção dos lugares, ressaltando-se a importância da auscultação e do envolvimento de grupos menos visíveis e ouvidos na esfera pública, tal como o são os migrantes, idosos, minorias étnicas, pessoas com limitações de capacidade etc. 

Foi um encontro muito enriquecedor e foi muito gratificante ver a Carta Aberta pelo Direito ao Lugar a gerar diálogos vivos e a estimular a imaginação e a reinvenção dos lugares.