Nos dias 24 e 25 de novembro, a Roda das Raparigas voltou a juntar-se, no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação de Todas as Formas de Violência contra Mulheres e Raparigas. Esta iniciativa juntou, no terraço do Graal, 22 raparigas e jovens mulheres de vários lugares de Portugal (Castelo Branco, Chamusca, Faro, Lisboa, Ponte de Sor, Sertã e Oeiras) e de outros países (Alemanha, Espanha, Letónia e Nepal).
Na sexta-feira, dia 24 de novembro, a sessão começou com um revisitar de diferentes manifestações que impactaram a história do feminismo ao longo das décadas e em vários lugares do globo: desde 1909, em Nova Iorque, com a manifestação que ficou conhecida como o “Uprising of the 20,000” até 2022, no Irão, com a manifestação contra a morte de Mahsa Amini. As participantes foram desafiadas a pensar em qual destas manifestações gostariam de ter participado, se pudessem viajar no espaço e no tempo.
Depois, recorrendo a carimbos com mensagens e símbolos de luta, cada uma pintou a sua t-shirt feminista. Seguiu-se um jantar partilhado entre todas.
No sábado, dia 25 de novembro, depois de uma dinâmica de apresentação e (re)encontro, foram apresentados dados atuais sobre a violência contra mulheres e raparigas: refletiu-se sobre a violência na rua, em casa, na saúde, na política, na comunicação, sobre a importância de pensar esta problemática numa perspetiva interseccional e sobre o potencial da mobilização feminista.
Com este enquadramento da violência de uma forma mais abrangente, foi tempo de “afunilar” e pensar nas formas de machismo quotidiano, do dia-a-dia de cada uma que, muitas vezes, passa despercebido à maioria das pessoas: os micromachismos. As participantes identificaram diferentes exemplos de micromachismo que já experienciaram ou que conheciam e partilharam-nos com o resto do grupo. À medida que a conversa ia seguindo, abordaram-se as causas e as consequências destes micromachismos, identificando os estereótipos de género e o sistema patriarcal no centro do problema. Para terminar a sessão, as participantes refletiram, em pequenos grupos, sobre possíveis soluções e formas de combater estas demonstrações de machismo que são, de forma geral, socialmente aceites.
A sessão terminou com um almoço partilhado que permitiu a continuação da discussão do tema e o convívio entre todas as jovens. Depois do almoço, uma parte do grupo seguiu para o Intendente, para participar na Manifestação pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A Roda das Raparigas continua a crescer e a girar. Foram dois dias em sororidade, cheios de criatividade, aprendizagens e diálogo. Agradecemos a todas as que participaram e enriqueceram os vários momentos com a sua presença e os seus contributos.
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