Exausta fujo as arenas do puro intolerável
Os deuses da destruição sentaram-se ao meu lado
A cidade onde habito é rica de desastres
Embora exista a praia lisa que sonhei
Sophia de Mello Breyner Andresen
“tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna”
Carta aos Hebreus 4,14-16 – 5,7-9
Por conseguinte, tendo nós um grande sumo sacerdote que atravessou os céus, Jesus, o filho de Deus, fortaleçamos a fé professada. Pois não temos um sumo Sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas: foi provado em todas as coisas à <nossa> semelhança, excetuando <o> pecado. Aproximemo-nos, portanto, com liberdade do trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos graça para uma ajuda em boa hora.
Ele que, nos dias da sua carne, apresentando orações e súplicas àquele que podia salvá-lo da morte com grande clamor e lágrimas, foi atendido por causa da <sua> piedade. Embora sendo filho <de Deus>, aprendeu a partir das coisas que sofreu a obediência e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.
Tradução de Frederico Lourenço
Para Teilhard de Chardin, o grande profeta da globalização (a que ele chamava “civilização planetária”), o amor é a única força capaz de unificar as coisas sem as destruir.
Porventura, os aspetos negativos e destruidores dessa tendência irreversível da unificação global e da interpenetração de civilizações, que hoje em dia são difíceis de ignorar, serão também o sinal de que essa força não tem espaço suficiente no mundo atual, de que (para falar em termos bíblicos) “o amor de muitos esfriou”? Seremos nós capazes de transformar o processo de globalização numa cultura da comunicação? Porventura, faremos a transição da tolerância para o amor incondicional e sem limites?
Tomás Halík, Quero que tu sejas
A forma sinodal da Igreja, que estamos a redescobrir e cultivar nestes anos, sugere que a Quaresma seja também tempo de decisões comunitárias, de pequenas e grandes opções contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e a vida de toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a inclusão de quem não é visto ou é desprezado. Convido toda a comunidade cristã a fazer isto: a oferecer aos seus fiéis momentos para repensarem os estilos de vida; reservar um tempo para verificarem a sua presença no território e o contributo que oferecem para o tornar melhor.
Papa Francisco
Que o Espírito nos dê o dom da “resistência passiva” contra o reino da pura violência.
Da Cruz avista-se a manhã de Páscoa.
Que Deus nos encaminhe para lá, cada um com a sua cruz e a sua palma:
para lá de testemunharmos da vitória sobre a morte e do silêncio dos inocentes.
José Augusto Mourão
Proposta adaptada a partir do caminho quaresmal elaborado e difundido pela Coordenação da REDE Cuidar a Casa Comum, com a colaboração do grupo Cuidar da Casa Comum em Santa Isabel e da Casa Velha.