[…] e no deserto cuidar

que alguma flor

persista.

Ana Luísa Amaral

“[…] nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez””

Atos dos Apóstolos 10, 37-43

[…] E nós somos testemunhas de todas as coisas que ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A ele que mataram, suspendendo-o de um madeiro, esse mesmo Deus ressuscitou ao terceiro dia; e outorgou-lhe manifestar-se, não a todo o povo, mas às testemunhas já antes designadas por Deus – nós que comemos e bebemos com ele depois da sua ressurreição dos mortos. E mandou-nos anunciar ao povo e testemunhar que ele é o designado por Deus como juiz de vivos e de mortos. É por ele que todos os profetas dão testemunho que todo aquele que acredita nele recebe libertação de erros através do seu nome.

Tradução de Frederico Lourenço

Isaura Feiteira

É neste mundo que precisamos descobrir o sentido da vida, dos acontecimentos, de tudo o que nos rodeia. Com a Laudato Sí’ e a sua conceção de uma ecologia integral, cristãos e não cristãos são chamados a descobrir que é este mundo que devemos salvar, se nos quisermos salvar a todos. O Papa Francisco, ao assumir tudo o que se tem feito para salvar a Casa Comum, procurou envolver todas as pessoas de boa vontade.

Com efeito, a ecologia diz respeito, não apenas a um oásis para os ricos e poderosos, mas à gestão de um ambiente mais amplo, no qual vivem os indivíduos, a comunidade local e o conjunto de todas as pessoas, de todas as gerações. Ora, a casa em questão não é só a natureza que nos rodeia, com todos os seus recursos de ar, água, luz, animais e plantas; ela também inclui o ambiente humano, isto é, as pessoas com quem vivemos e com quem nos encontramos ligados por vínculos de parentesco, de amizade, de trabalho, de cidadania a todos os níveis.

[…] S. João, na sua primeira carta, ainda foi mais radical, abrangente e desafiante: sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos. Esta é a nossa Páscoa de todos os dias!

Frei Bento Domingues, O.P. (17 Abril 2022)

 

 

A vida do ressuscitado está escondida em nós, como o fermento que leveda o pão, e essa massa é a espessura da nossa humanidade sofrente e jubilosa.

A vida do ressuscitado é-nos dada, mas discreta e leve como é leve uma palavra ou um perfume.

Mataram o profeta em Sexta-feira Santa para o fazer calar, mas hoje a palavra do pastor convoca ainda, suscitando testemunhos que encarnem esta palavra e a transplantem para a terra boa do desejo de que o amor os toque.

Esta palavra tocou-nos através dos homens e mulheres que dela testemunharam a sua vida.

José Augusto Mourão
Proposta adaptada a partir do caminho quaresmal elaborado e difundido pela Coordenação da REDE Cuidar a Casa Comum, com a colaboração do grupo Cuidar da Casa Comum em Santa Isabel e da Casa Velha.